A maratona da Antártida é uma prova de corrida que possui extensão total de 42,2 quilômetros e sua primeira edição foi realizada em janeiro de 2006, mas já está indo para a sua oitava realização em 2012.
Todo o apoio para a realização da prova é fornecido pela comissão organizadora do evento, a qual é liderada pelo maratonista irlandês Richard Donovan.
Em 2010 o recorde da prova foi conquistado por um brasileiro, o triatleta e ultramaratonista Bernardo Fonseca, com o tempo de 4:20:31 horas. Bernardo também obteve, naquele mesmo ano, o recorde da ultramaratona da Antártida de 100K com o tempo de 12:41:52 horas. Apesar das conquistas de Bernardo Fonseca, apenas 6 brasileiros participaram da maratona da Antártica até os dias de hoje e nenhum deles era natural de Santa Catarina.
Até o presente momento a prova já recebeu participantes dos seguintes países: Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Irlanda, Japão, Holanda, Singapura, África do Sul, Espanha, E.U.A, Noruega, entre outros países.
Realizada no planalto antártico, a maratona submete os atletas a uma verdadeira provação mental e física devido ao alto grau de dificuldade a ser enfrentado pelos participantes. As adversidades vão de terreno variado, passando por ventos muito fortes (podendo chegar a 300Km/h), neve fofa e umidade relativa de 0%, dificultando significativamente o desempenho dos atletas.
Nesse sentido e por se tratar de uma prova de alto risco, provação mental constante e esforço físico extremo, vou utilizar a psicanálise como apoio para o aprimoramento mental, enfocando o treinamento e controle das instâncias psíquicas (ID, EGO e SUPEREGO - figura abaixo), principalmente os impulsos negativos enviados pelo ID, por meio do processo de auto-motivação interiorizado e contínuo a ser aperfeiçoado quando da realização dos treinamentos preparatórios.
Além da preparação mental, outro fato desafiador são as condições extremas existentes no continente antártico e para isso terei que desenvolver, diariamente, grandes volumes de corrida em areia de praia, treinos específicos em condições de frio para aprimorar minha adaptação a temperatura negativa, gerenciar riscos para evitar e amenizar o desgaste muscular, bem como, gerenciar conflitos mentais para não perder o foco no objetivo principal, que neste caso é o cumprimento das sessões de treino visando a conclusão da maratona de acordo com a performance obtida.
Outros aspectos fundamentais dentro do processo de treinamento que estão diretamente relacionados ao sucesso são a elaboração de planos de ação, o planejamento nutricional, o tratamento fisioterápico e o monitoramento ortopédico, visando o aprimoramento da minha aptidão para o desenvolvimento e conclusão das sessões de treinos e dos 42,2 quilômetros da maratona no gelo.
Sem o treinamento adequado, suplementação, alimentação necessária, disciplina, psicoterapia, acompanhamento fisioterápico, monitoramento ortopédico, determinação e doação, fica muito difícil ou praticamente impossível enfrentar e superar as adversidades existentes no continente antártico.
Finalizando, resumidamente, os riscos iminentes que irei encontrar na Antarctic Ice Marathon são: temperatura de -20ºC a -30ºC, umidade relativa de 0%, ventos gelados de mais de 50 Km/h, desidratação, hipotermia, perda da habilidade mental para a tomada de decisões, dificuldades para a tomada de decisão, queimadura das retinas devido à reflexão dos raios solares no gelo, congelamento dos dedos dos pés, câimbras, enjôo, piso irregular com neve podendo provocar lesões ligamentares, entre outros.
É isso aí Raça, mais um pouco das informações de como irei conduzir meus treinos e informações do "perrengue" que vou enfrentar no continente gelado.
TFA
Sérgio Lopes
É isso aí Raça, mais um pouco das informações de como irei conduzir meus treinos e informações do "perrengue" que vou enfrentar no continente gelado.
TFA
Sérgio Lopes